Da terra infértil uma flor brotou
Do céu plúmbeo um raio floresceu
Das chamas uma gota caiu
Do ódio uma centelha surgiu
E o negrume deu lugar à luz
As Eras foram passando
Compostas por milénios, centenários, séculos, décadas, anos, meses
E por fim…dias
E o que outrora fora vencido
Dos rios do esquecimento começa a surgir
“Oh mundo corrompido…!
Pensam que és forte
Mas que quererão eles?
Eles são tantos…
E tu? Tu és somente um.”
Da terra infértil uma flor brotou
Do céu plúmbeo um raio floresceu
Das chamas uma gota caiu
Do ódio uma centelha surgiu
E o negrume deu lugar à luz
Mas…passado um pouco moldou-se o Homem.
“Oh pobre de ti!
Criaturas malfadadas de existência ignóbil
Execráveis, tolos…
Tudo pela ambição desenfreada.
Mas…oh…não chores
Eu tomarei conta de ti.”
“Querereis que vos conte?
Eu, pobre Guardião contar-vos-ei então,
E desenganem-se se julgais blasfémia o que digo.”
“Há muito muito tempo,
Tempo que nunca conseguirão imaginar com as vossas mentes limitadas
Da terra infértil uma flor brotou
Do céu plúmbeo um raio floresceu
Das chamas uma gota caiu
Do ódio uma centelha surgiu
E o negrume deu lugar à luz
Mas…passado um pouco moldou-se o Homem.”
“Homem…vós sempre fostes criaturas belas, mas a beleza trai por vezes. A sedução como deveis saber é uma arma cruel que nunca vos cansastes de usar. Cruel…cruel como vós criaturas esplendorosas. Antes das vossas mãos tocarem a superfície da terra a maldade pouco era conhecida. É verdade…por vezes existiam pequenos desacatos, mas nada mais que brigas próprias de um mundo imperfeito, logo se resolviam pois a bonança e a paz eram o exilíbris dos habitantes… até chegardes vós.”
“Não vos recordeis, aliás, desconfiareis e não ides acreditar na minha palavra…ainda assim… Antes da vossa existência habitavam o planeta outras criaturas, cada uma com um dom. Dom esse a que se dedicavam em vida: uns entregavam-se a terra, cultivando-a e protegendo-a, outros ao saber, liam os manuscritos e tentavam descobrir sempre mais, outros dedicavam-se à cura, zelando pelo bem-estar de todos e existiam ainda outros ofícios. Porém, apesar de diferentes, todas estas criaturas com aspectos característicos tinham em comum a humildade e a veneração à Mãe Natureza. Ninguém fazia mal a ninguém e todos sabiam que a Mãe era a sua Rainha e por ela zelavam.
O Mundo era um local maravilhoso até vos aparecerdes.
Houve um dia em que o céu habitualmente azul ficou pejado de nuvem negras… era um mau augúrio. Passadas umas horas duas criaturas deslumbrantes, que depois viemos a saber serem da espécie humana, surgiram num trilho junto a uma aldeia. Oh que belas criaturas…e afáveis! Todos gostaram de vós, todos, até eu esqueceram aquele presságio das nuvens carregadas de tristeza.
A verdade é que aqueles dois representantes da vossa raça eram amigáveis e bondosos e nada lhes tenho a apontar, o pior veio depois. Às décadas sobrepuseram-se os séculos e já não me recordo ao certo qual foi a infame geração vossa que iniciou uma Era de trevas no entanto, a verdade foi que aquele homem e aquela mulher tiveram filhos e depois netos e assim uma nova raça edificou-se. E com ela conflitos começaram a despontar… batalhas, guerras pelo poder, e quem eram os protagonistas? Vós pusilânimes desgraçados! Vós! E logo vós que podíeis ter sido os senhores da paz, os reais servidores da Mãe…todas as criaturas venerar-vos-iam se não fosse a vossa estúpida irreverência! Vós não tínheis apenas um dom como os demais, vós fostes abençoados com todos os dons! Puderam ter tudo, mas ainda assim preferiram o nada! Matavam-se, guerreavam por tronos inexistentes e com isso extinguiram outras espécies inocentes preconceituosos néscios…
Agora têm finalmente o mundo aos vossos pés, um mundo desgastado e velho que chora de sofrimento pois vós, vós éreis os eleitos, os seres que iriam assegurar a paz mas, ao que parece preferiram a guerra e agora o mundo lamenta-se: “Em que terei errado quando os criei?”.
O mundo é vosso agora, no entanto está gravemente ferido e a cura não passa de uma utopia…mas eu digo-vo-la na mesma, pelo menos pensareis nisso nem que seja por breves instantes. A cura é a extinção da vossa sede pelo poder, é o aniquilar do vosso tenebroso orgulho.
Vós idiotas repugnantes que matam até aqueles que são vossos pares têm ironicamente como desígnio a morte e sabeis que mais? Ninguém vos lembrará. O mundo padecerá convosco e toda a vossa almejada demanda pela imortalidade de nada valerá, convosco também ela findará. Vós asquerosos assassinos ireis aniquilar o mundo…pois a cada dia que passa ele é mais fraco…”
A terra fértil torna-se árida
As nuvens densas ocultam o Sol
As chamas consomem a vegetação ressequida
A água escasseia
A centelha esfuma-se para dar lugar ao ódio
A luz é cada vez mais negra
E o Homem é cada vez mais fraco
e de cada vez que julga o contrário essa fraqueza acentua-se.
“Ireis morrer seres inaptos, ireis morrer sós como mereceis num mundo ressequido de tantas lágrimas que verteu por vós. Ireis morrer e desaparecer e ninguém, vivalma alguma jamais vos lembrará.”
Do céu plúmbeo um raio floresceu
Das chamas uma gota caiu
Do ódio uma centelha surgiu
E o negrume deu lugar à luz
As Eras foram passando
Compostas por milénios, centenários, séculos, décadas, anos, meses
E por fim…dias
E o que outrora fora vencido
Dos rios do esquecimento começa a surgir
“Oh mundo corrompido…!
Pensam que és forte
Mas que quererão eles?
Eles são tantos…
E tu? Tu és somente um.”
Da terra infértil uma flor brotou
Do céu plúmbeo um raio floresceu
Das chamas uma gota caiu
Do ódio uma centelha surgiu
E o negrume deu lugar à luz
Mas…passado um pouco moldou-se o Homem.
“Oh pobre de ti!
Criaturas malfadadas de existência ignóbil
Execráveis, tolos…
Tudo pela ambição desenfreada.
Mas…oh…não chores
Eu tomarei conta de ti.”
“Querereis que vos conte?
Eu, pobre Guardião contar-vos-ei então,
E desenganem-se se julgais blasfémia o que digo.”
“Há muito muito tempo,
Tempo que nunca conseguirão imaginar com as vossas mentes limitadas
Da terra infértil uma flor brotou
Do céu plúmbeo um raio floresceu
Das chamas uma gota caiu
Do ódio uma centelha surgiu
E o negrume deu lugar à luz
Mas…passado um pouco moldou-se o Homem.”
“Homem…vós sempre fostes criaturas belas, mas a beleza trai por vezes. A sedução como deveis saber é uma arma cruel que nunca vos cansastes de usar. Cruel…cruel como vós criaturas esplendorosas. Antes das vossas mãos tocarem a superfície da terra a maldade pouco era conhecida. É verdade…por vezes existiam pequenos desacatos, mas nada mais que brigas próprias de um mundo imperfeito, logo se resolviam pois a bonança e a paz eram o exilíbris dos habitantes… até chegardes vós.”
“Não vos recordeis, aliás, desconfiareis e não ides acreditar na minha palavra…ainda assim… Antes da vossa existência habitavam o planeta outras criaturas, cada uma com um dom. Dom esse a que se dedicavam em vida: uns entregavam-se a terra, cultivando-a e protegendo-a, outros ao saber, liam os manuscritos e tentavam descobrir sempre mais, outros dedicavam-se à cura, zelando pelo bem-estar de todos e existiam ainda outros ofícios. Porém, apesar de diferentes, todas estas criaturas com aspectos característicos tinham em comum a humildade e a veneração à Mãe Natureza. Ninguém fazia mal a ninguém e todos sabiam que a Mãe era a sua Rainha e por ela zelavam.
O Mundo era um local maravilhoso até vos aparecerdes.
Houve um dia em que o céu habitualmente azul ficou pejado de nuvem negras… era um mau augúrio. Passadas umas horas duas criaturas deslumbrantes, que depois viemos a saber serem da espécie humana, surgiram num trilho junto a uma aldeia. Oh que belas criaturas…e afáveis! Todos gostaram de vós, todos, até eu esqueceram aquele presságio das nuvens carregadas de tristeza.
A verdade é que aqueles dois representantes da vossa raça eram amigáveis e bondosos e nada lhes tenho a apontar, o pior veio depois. Às décadas sobrepuseram-se os séculos e já não me recordo ao certo qual foi a infame geração vossa que iniciou uma Era de trevas no entanto, a verdade foi que aquele homem e aquela mulher tiveram filhos e depois netos e assim uma nova raça edificou-se. E com ela conflitos começaram a despontar… batalhas, guerras pelo poder, e quem eram os protagonistas? Vós pusilânimes desgraçados! Vós! E logo vós que podíeis ter sido os senhores da paz, os reais servidores da Mãe…todas as criaturas venerar-vos-iam se não fosse a vossa estúpida irreverência! Vós não tínheis apenas um dom como os demais, vós fostes abençoados com todos os dons! Puderam ter tudo, mas ainda assim preferiram o nada! Matavam-se, guerreavam por tronos inexistentes e com isso extinguiram outras espécies inocentes preconceituosos néscios…
Agora têm finalmente o mundo aos vossos pés, um mundo desgastado e velho que chora de sofrimento pois vós, vós éreis os eleitos, os seres que iriam assegurar a paz mas, ao que parece preferiram a guerra e agora o mundo lamenta-se: “Em que terei errado quando os criei?”.
O mundo é vosso agora, no entanto está gravemente ferido e a cura não passa de uma utopia…mas eu digo-vo-la na mesma, pelo menos pensareis nisso nem que seja por breves instantes. A cura é a extinção da vossa sede pelo poder, é o aniquilar do vosso tenebroso orgulho.
Vós idiotas repugnantes que matam até aqueles que são vossos pares têm ironicamente como desígnio a morte e sabeis que mais? Ninguém vos lembrará. O mundo padecerá convosco e toda a vossa almejada demanda pela imortalidade de nada valerá, convosco também ela findará. Vós asquerosos assassinos ireis aniquilar o mundo…pois a cada dia que passa ele é mais fraco…”
A terra fértil torna-se árida
As nuvens densas ocultam o Sol
As chamas consomem a vegetação ressequida
A água escasseia
A centelha esfuma-se para dar lugar ao ódio
A luz é cada vez mais negra
E o Homem é cada vez mais fraco
e de cada vez que julga o contrário essa fraqueza acentua-se.
“Ireis morrer seres inaptos, ireis morrer sós como mereceis num mundo ressequido de tantas lágrimas que verteu por vós. Ireis morrer e desaparecer e ninguém, vivalma alguma jamais vos lembrará.”
Um comentário:
que giro, a catarina farta-se de escrever
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